TOM JOBIM

Existe uma reclamação por parte dos ouvintes a respeito da qualidade da música produzida no Brasil nos tempos atuais. Muitas dessas pessoas criticam a qualidade das canções e dizem que o melhor em termos musicais no país já foi feito. Será que isso é verdade?

Para saber o que realmente está acontecendo na música brasileira e apontar novos caminhos para essa maravilhosa arte, o site entrevistou pelo aplicativo falekuskijaforam, um dos mais aclamados músicos do Brasil e do mundo: o falecido maestro carioca Tom Jobim.

Pompa: Olá, Tom Jobim. A música brasileira empobreceu?

Jobim: A música e o público empobreceram.

Pompa: Tem razão. Antes da pandemia eu cheguei a pagar R$300,00 para ir a um show aqui em Brasília e doeu muito no meu bolso.

Jobim: É outro tipo de pobreza a que estou me referindo. É a pobreza cultural.

Pompa: Seu amigo e parceiro Vinicius de Moraes disse a célebre frase: “O whisky é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado”. O que você acha disso?

Jobim: Às vezes o melhor amigo de um homem é mesmo um doze anos.

Pompa: Cuidado! Você pode ser processado por pedofilia ao dizer isso nos tempos atuais.

Jobim: Mais uma asneira dessas e eu saio do aplicativo, Pompa.

Pompa: Desculpe me, Tom.

Jobim: Ok.

Pompa: Eu gostaria que você contasse como foi que você recebeu aquele convite do Frank Sinatra para gravar um álbum com ele.

Jobim: Eu estava num bar lá no Rio de Janeiro quando o garçom falou que o Frank Sinatra estava no telefone querendo falar comigo. O Sinatra entrou em contato porque queria que gravássemos um álbum juntos. Isso é verdade.

Pompa: Essa história é muito boa. Porém, será que você faria o mesmo pelos cantores que fazem sucesso no Brasil hoje em dia, ou seja, será que o grande maestro Tom Jobim também ligaria para o bar onde estão as estrelas da atual música brasileira e as convidaria para gravar um álbum?

Jobim: Só se fosse um álbum de figurinhas autocolantes, Pompa. Algumas dessas letras atuais são mais fracas que choque de pilha palito.